Projeto-favela: as capacidades públicas de intervenção, manutenção e controle
- Apresentação -
Desde que o projeto urbanístico foi incorporado aos contratos e processos de urbanização de favelas, com todas as implicações que existem em planejar intervenções sobre uma pré-existência, houve uma série de alterações nos níveis de consolidação desses assentamentos populares. Concursos públicos de projeto construíram metodologias e escopos de intervenção, fossem desenvolvidos por escritórios terceirizados ou por órgãos públicos. De diversas formas, o campo da arquitetura e o urbanismo contribuía para a agenda pública das ações em favela, participavam do planejamento da intervenção.
Uma espécie de ilusão da “urbanização integral” – com pretensas ações integradas que implantação de infraestrutura, remoções e provisão para reassentamento, trabalho social e regularização jurídica-fundiária – foi se descortinando. Projetos e contratos de obras foram interrompidos e obras realizadas se mostraram insuficientes, assistiu-se a “urbanizações por camadas”, que demonstraram a necessidade de gestão pública e manutenção permanentes das infraestruturas e edificações. Uma “lógica da favela”, com controles territoriais e edilícios que não correspondem ao da maior parte da cidade considerada formal, comprometem os resultados das intervenções. Ao mesmo tempo, o tema das favelas, mesmo que timidamente, aumentou sua relevância em pesquisas, extensão e ensino acadêmico, conselhos profissionais também aumentaram sua participação em fomento a ações em comunidades e as próprias comunidades se colocaram na cena pública na chave do empreendedorismo.
Diante desta série de mudanças, como pensar nas ações de urbanização e moradia para que sejam mais aderentes à vida que se realiza nesses territórios? Como os projetos e obras, sem congelá-los em um tempo imaginário, ainda podem contribuir para o aprofundamento do diálogo com moradores e suas organizações e para a consolidação da agenda pública de urbanização?
- Organizadores -
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Caio Santo Amore (FAU-USP, São Paulo, Brasil)
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Paulo Emílio Ferreira (FAU-USP, São Paulo, Brasil)
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- ​Palestrantes -
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Solange Carvalho (UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil)
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María Gabriela Torrents (Proyecto Habitar/UBA, Buenos Aires, Argentina)
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Manoel Ribeiro (Arquiteto e Urbanista, Rio de Janeiro, Brasil)
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​- Moderação -
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André Carrasco (UFPEL, Pelotas, Brasil)
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